O trabalho da extração das riquezas minerais foi experienciado por educandos do Ensino Fundamental em Ametista do Sul
A euforia que precedia a viagem de estudos, por ser a primeira vivenciada pelos educandos matriculados nas turmas do 5º e 6º Ano do Ensino Fundamental do Colégio Notre Dame, manteve-se em todos os trajetos percorridos ao longo do dia. Ao passo que o destino se aproximava, mais nítido tornava-se o anseio por explorar novos lugares na companhia de professores e colegas.
Por abarcar conteúdos como extrativismo mineral, educação ambiental e setores econômicos, a cidade gaúcha de Ametista do Sul – localizada a cerca de 165 km de Passo Fundo – foi a escolhida do passeio pedagógico, o qual objetiva experienciar na prática, e de maneira multidisciplinar, os temas estudados no ambiente escolar. Ademais, o próprio nome do município faz uma referência a sua principal fonte econômica – a pedra Ametista.
A recepção dos educandos na cidade se deu em um animado passeio de trem. Curiosos para desfrutar das experiências que o trajeto lhes possibilitaria, eles traçaram o percurso que dá acesso às rotas das primeiras minas de exploração local. À medida que o guia turístico informava sobre os 48 morros subterrâneos que rodeiam Ametista do Sul, aos visitantes foi oportunizada a espetacular vista do Mirante de Pedras, onde conceitos sobre as paisagens nativas características do estado perpassaram o aprendizado da sala de aula.
De volta ao centro da cidade, aspectos da espiritualidade foram apresentados aos estudantes. Vivenciando momentos de silêncio e calmaria no interior da Igreja São Gabriel, todos contemplaram a arquitetura e ornamentação do templo, o qual concentra mais de 40 toneladas de pedras preciosas em seu interior. Tais momentos também foram vivenciados ao adentrar na Pirâmide Esotérica de Ametista do Sul.
Ao entardecer, nos quilômetros finais da trilha de 250 metros feita em meio a natureza, o acesso a uma mina em plena atividade mineradora permitiu que os educandos realizassem um passeio subterrâneo, para o qual vestiram os indispensáveis acessórios de proteção. Ao passo que adentravam no interior das galerias com até 200 metros de profundidade, eram orientados por garimpeiros sobre como acontece a exploração de minérios no local, os equipamentos utilizados para a execução do trabalho e, ainda, receberam orientações sobre a operação de detonação ao acompanharem a simulação de uma explosão. O aprendizado previamente adquirido em sala de aula permitiu que os educandos refletissem sobre as intercorrências de um garimpo ilegal ou desenfreado, como: desmatamento, perda de biodiversidade, erosão e desertificação do solo, além da alteração no clima da região, e também sobre as consequências na saúde ocupacional dos garimpeiros.
A visita a Ametista do Sul também possibilitou que os estudantes passeassem por galerias subterrâneas desativadas, as quais são ocupadas por restaurantes e lojas temáticas, estimulando o turismo e favorecendo o reconhecimento prático dos processos de industrialização da matéria-prima, assuntos esses ligados a conceitos vigentes na atual etapa de ensino dos educandos.
Por fim, no Complexo Turístico Ametista Parque Museu, os educandos contemplaram os geodos percorrendo o caminho dos garimpeiros e conhecendo particularidades históricas do garimpo em um passeio motorizado. Além disso, repousaram o olhar em mais de dois mil exemplares de pedras nacionais e internacionais raras expostas no Ametista Parque Museu.
Além de proporcionar aos estudantes experiências que enriquecem seu currículo escolar, a viagem de estudos também propicia ao educando um olhar amplo sobre o mundo. Tais experiências oportunizam o exercício da autonomia e da responsabilidade, para que possam analisar criticamente o que está sendo vivenciado.