Atividades oportunizam às crianças matriculadas no Integral Notre Dame o contato com ingredientes alternativos e o cultivo de plantas
Cada pequena gota de água que pendia do regador sobre as mudinhas de alface evidenciava o anseio por florescer, multiplicando sementes de afeto e cuidado – ingredientes essenciais não apenas para o cultivo das plantas, mas também para o desenvolvimento infantil. Afinal, desde o plantio até a colheita dos primeiros pés da hortaliça, realizada na segunda-feira (22), as crianças matriculadas no Integral Notre Dame experimentaram as ações e os sentimentos do cultivo, numa intensa programação que visou promover a adoção de hábitos alimentares saudáveis – comportamento que, segundo estudo divulgado em publicação da Sociedade de Educação e Comportamento Nutricional dos Estados Unidos, é intensificado quando as crianças aprendem, ainda na escola, a plantar e a cozinhar.
O primeiro passo foi conhecer melhor as propriedades dos alimentos e seus benefícios nutricionais. Para isso, os educandos do Colégio Notre Dame – que, no ensino regular, estão matriculados do Maternal da Educação Infantil até o 4º Ano do Ensino Fundamental – participaram de uma oficina com a pediatra e nutróloga, Natasha Balen Carazzo, que, amparada pelas respostas em uníssono das vozes infantis, orientou-os a respeito da importância de incluir frutas, legumes e verduras nas refeições diárias, além de hidratar o organismo, ingerindo água adequadamente.
Posteriormente, as crianças inscritas na Atividade Extracurricular tiveram o primeiro contato com a pequena horta idealizada para que, no turno inverso ao da escolaridade, aprendam a cuidar das plantas e a reconhecer novos aromas, cores e texturas. Foi nela que, no início do mês de março, depositaram as primeiras mudinhas de alface, após terem sido apresentadas às propriedades desse alimento, que, além de ser fonte de vitaminas e minerais, traz inúmeros benefícios ao organismo, como o combate à insônia, o auxílio na prevenção da anemia e a melhora do trânsito intestinal.
Outro vegetal que ganhou as atenções dos pequenos educandos foi o tomate-cereja que, assim como o morango, teve seus benefícios à saúde de quem o consome enfatizados durante uma oficina sobre o plantio e cultivo dessas frutas, na qual as crianças puderam, ainda, reconhecer os diferentes estágios do desenvolvimento das plantas.
Além de favorecer a compreensão acerca da importância da inclusão de frutas, legumes e verduras na dieta, tais ações pedagógicas despertam nos educandos o desejo de experimentar novos sabores – anseio fortalecido pela realização de oficinas de culinária e gastronomia, nas quais são utilizados ingredientes ricos em nutrientes para a elaboração de receitas saudáveis – como vitaminas de frutas – ou adaptadas a quem possui restrições alimentares – como cookies sem glúten e sem lactose.
Foi o caso, por exemplo, da oficina de cupcake sem glúten, ministrada por Francine Feltrin de Oliveira e Marcelo Soares Fernandes. Durante ela, os pais de uma das educandas esclareceram o que é a doença celíaca – uma condição crônica, autoimune, que afeta o intestino delgado de pessoas geneticamente predispostas e que impede o consumo de alimentos que contenham glúten, isto é, a proteína encontrada em cereais, como trigo, centeio, cevada e malte.
Dessa maneira, conforme enaltece a coordenadora do Integral Notre Dame, Raquel Revelhax de Souza, as iniciativas promovem mais que a construção de hábitos, pois valorizam a interação e a cooperação. “Atividades como cuidar da horta, lavar as frutas e verduras e auxiliar no preparo das receitas também fortalecem o desenvolvimento emocional dos educandos”, comenta, esclarecendo que as oficinas devem prosseguir por todo o ano letivo, agregando a participação das famílias.