Iniciativa criada na Espanha, o Hospital do Ursinho visa mostrar às crianças que a instituição hospitalar é um ambiente de cuidado e acolhimento, a fim de favorecer o desenvolvimento de uma confiança capaz de superar o medo do atendimento médico. Para isso, quando não estão suscetíveis às vulnerabilidades comuns a uma internação, convida-as a tornarem-se mães e pais de seus bichinhos de pelúcia e, junto com eles, participar das diferentes etapas de um tratamento.
Reproduzida no Colégio Notre Dame por acadêmicos da Universidade de Passo Fundo (UPF), a ação – idealizada pela Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina (IFMSA) – oportunizou que as crianças matriculadas no Nível III da Educação Infantil percorressem sete estações, onde eram orientadas pelos futuros médicos – sob a supervisão da pediatra e docente, Natasha Balen.
Na primeira delas, a da triagem, os educandos puderam pesar e medir o ursinho de pelúcia, além de conversar com os graduandos sobre a possível doença manifestada por ele. Posteriormente, durante a consulta, os responsáveis explicaram, mais detalhadamente, os sintomas, bem como o histórico de saúde do paciente. “É tudo feito de forma lúdica. Na etapa seguinte, por exemplo, as crianças passam pela estação dos exames de sangue, da tomografia e da radiografia – algo que, às vezes, elas precisam fazer e que as assusta. Dessa forma, aqui, elas são orientadas a acalmar o ursinho e conhecem melhor o funcionamento de cada exame”, esclarece a acadêmica de Medicina, Érica De la Torre Prado Pereira.
Os educandos também visitaram a farmácia, onde receberam cápsulas de alegria e confiança, além de aprender sobre a importância das imunizações. “Cada ursinho que é vacinado ganha um certificado de coragem”, complementa a estudante. Na sequência, foi a vez de conhecer a sala de curativos – ambiente onde as crianças deixaram o papel de acompanhantes para vestir luvas e, utilizando soro fisiológico, tratar os machucados de seus pacientes.
Por fim, chegaram ao tão aguardado bloco cirúrgico e foram paramentadas como se fossem cirurgiãs. Então, realizaram a higiene das mãos e simularam o procedimento no ursinho. “Ao abri-lo, elas podem visualizar os órgãos do corpo humano, reconhecendo-os e compreendendo melhor sua função”, destaca Érica.
Após completar o circuito, os educandos responderam a um questionário, avaliando como a experiência contribuiu para que perdessem o medo em relação ao atendimento médico.